18 julho 2021

Compras Inclusivas Inclue

 

Plataforma auxilia pessoas com deficiência e idosos na hora das compras

inclue

Proporcionar inclusão na experiência de consumo no varejo tanto para pessoas com deficiência quanto para quem tem idade acima dos 60 anos. Esta é a proposta da Inclue, startup fundada em 2019, que permite, por meio de sua plataforma auxilia, o atendimento personalizado para os públicos específicos na hora das compras.

Composta por três pilares – Treinamento, Sistema de Atendimento e Sistema de avaliação do atendimento – a Inclue chega ao mercado para facilitar e proporcionar mais acessibilidade a quem tem necessidades específicas e a maior conscientização e mobilização sobre inclusão social.

A Inclue auxilia as empresas varejistas na implementação de  estratégia de customer experience, com treinamentos em sistema de Educação à Distância (EaD) e aos clientes de lojas cadastradas, oferece aplicativo para agendamento do dia, horário e a necessidade que possui na hora de ir até um estabelecimento comercial.

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Com as informações em mãos, o lojista e sua equipe, já treinada, disponibilizam atenção e oferecem um atendimento direcionado para a pessoa com deficiência ou o idoso, o que proporciona mais independência e uma experiência prazerosa aos clientes.

Levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que são aproximadamente 45 milhões de brasileiros com algum tipo de deficiência. Incluídos nesta estatística, os sócios fundadores da Inclue – Sonny Pólito e Rodrigo Piris – sabem bem as dificuldades encontradas por este público e, por experiência pessoal, buscaram alternativas para reduzir ou excluir atendimentos improvisados no varejo.

Unidos por um sonho em comum , Pólito, que possui deficiência visual, e Piris, diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA), mostram que as marcas podem fazer muito mais para melhorar o relacionamento e fidelizar clientes com necessidade específica (PCD ou 60+).

Depois de dois anos sendo planejada, organizada e estruturada, a Inclue lançou as ferramentas de treinamento e aplicativo disponíveis para baixar nos sistemas Android ou IOS.

Para fundamentar o trabalho desenvolvido na Inclue, Pólito e Piris elaboraram pesquisa junto à varejistas sobre como fazem o atendimento inclusivo.Também questionaram o público alvo sobre as experiências vivenciadas na hora das compras.

“As marcas não estão preparadas para atender as pessoas com deficiência e idosos e ainda não oferecem a elas uma boa experiência de compra. Isso faz com que tenham muitos obstáculos para consumir e pouco acesso ao varejo”, afirma Sonny Pólito.

“O atendimento ajuda as pessoas com deficiência, por exemplo, a pegar os produtos que precisa, passar no caixa, acompanhar até o carro”, exemplifica Piris.

As pessoas com deficiência ou com mais de 60 anos já podem utilizar o aplicativo e ter o atendimento personalizado nas lojas do Grupo Pão de Açúcar e no Supermercado Prezunic, nas unidades da Barra e Recreio, no Rio de Janeiro.

 Curso

As empresas que buscam oferecer o melhor atendimento para PCD e as pessoas acima de 60 anos, clientes da Inclue, selecionam funcionários – gerente, atendente, coordenadores de equipes – para receberem o treinamento de acordo com a necessidade apresentada pelo público alvo.

Importante ressaltar que não é necessário que a empresa tenha um funcionário específico para essa ação. O profissional capacitado pode desenvolver outras funções, já que o atendimento inclusivo terá data e horário agendados, permitindo ainda, uma preparação até a chegada do cliente.

 Aplicativo

aplicativo é de fácil utilização dos clientes. Pode ser baixado tanto no Sistema Android, quanto no IOS. O app consome pouco espaço de memória do smartphone e é bem simples de ser utilizado.

Basta fazer o cadastro, efetuar o login, selecionar a loja cadastrada na qual vai efetuar a compra, indicar data e horário e selecionar as necessidades específicas.

Os dados apresentados são recebidos pela loja escolhida.

 Inclue faz parte da história de superação

Com experiências distintas, mas com dificuldades semelhantes, Sonny Pólito e Rodrigo Piris dividem histórias de superação.

Pólito, aos quatro anos foi diagnosticado com alta miopia e astigmatismo. Aos 10 anos, soube que era portador de retinose pigmentar, doença genética que reduz a possibilidade de enxergar. Três anos depois, não conseguia ler e teve ajuda dos pais e professores para não desistir. Mesmo com a visão comprometida, seguiu nos estudos. Aos 19 anos, entrou no Curso de Comunicação Social na FAAP, se formou em 2003 e iniciou carreira em uma multinacional americana. Passou por uma instituição financeira e por empresas de tecnologia, atuando na área comercial e suporte de vendas. Contribuiu na formação de comitês de inclusão de pessoas com deficiência nas empresas. Em 2016, foi convidado para liderar o movimento de pessoas com baixa visão no Brasil, por meio do Movimento da Bengala Verde que já existe em 14 países. Em 2019, ao participar da primeira Startup Weekend de diversidade e inclusão, teve contato com mentores e surgiu a ideia de fundar a Inclue para tornar o varejo mais inclusivo, recebeu o prêmio de 1º lugar e motivou-se a empreender.

Rodrigo Piris começou a falar e andar apenas com três anos. De origem humilde em uma comunidade da Zona Sul de São Paulo, teve uma infância reprimida por bullying. Iniciou aulas de informática aos nove anos. Aos 16 anos aventurou-se em hacking de computadores. Iniciou sua carreira como programador e web designer. Posteriormente, como analista de sistemas e arquiteto da informação no setor de e-commerce. Cursou superior em Sistemas para Internet e Gestão de Marketing, mas decidiu trancar ambos cursos por ter sofrido bullying, optando por aprender como autodidata. Em 2011, criou o Movimento Queremos Ética, que foi destaque nas em suas campanhas digitais e passeatas contrárias à corrupção, cujas ações receberam destaque nas mídias sociais e na televisão. Recebeu 11 prêmios em inovação. Em 2021, ao observar autistas junto à Inclue, revendo sua própria história e o perfil de alguns familiares, decidiu procurar atendimento psicológico e psiquiátrico e recebeu o diagnóstico de TEA, nível 1 de apoio, com altas habilidades e hiperfoco na escrita. Atualmente cursa Gestão de Tecnologia na FIAP.


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