21 abril 2011

Etica sustentável ou sustentabilidade ética??

Este curto artigo é uma peça para reflexão.
Quando se fala em sustentabilidade, desenvolvimento sustentável, sempre se menciona os já costumeiros aspectos tecnológicos, econômicos, ecológicos, sociais.

Mas esse discurso não toca no ponto chave para uma futura sociedade sustentável, a ética necessária para construir uma sociedade sustentável.


A ética pode ser definida como um conjunto de valores morais e princípios que norteiam a conduta humana na sociedade.

Constatamos que até agora os nossos valores morais e princípios guiados por um capitalismo selvagem nos levaram a presente crise global financeira e ecológica.
No campo da relação da ética e a sustentabilidade, temos como um exemplo as indústrias do cigarro, álcool (indústrias da morte).

Essa abordagem é necessária, já que a pergunta central é: como poderemos construir e depois (con)viver em uma sociedade sustentável no futuro com as industrias da morte?

Uma sociedade sustentável, teoricamente, implica numa sociedade com mais qualidade de vida e respeito a toda forma de vida.

O ponto é que as indústrias da morte vão contra o que representa ou desejamos de uma sociedade sustentável.

De acordo com a World Health Organization, o cigarro mata por ano cinco milhões de pessoas no mundo, uma pessoa cada seis segundos, sendo o maior problema de saúde publica mundial.

O álcool mata 2.5 milhões de pessoas por ano e representa um obstáculo para o desenvolvimento individual e social da sociedade. Além das mortes relacionadas ao álcool como crime e acidentes de carro.

Quais seriam os custos sociais do alcoolismo e do tabagismo, no sistema de saúde do país (hospitais, tratamentos), e no sistema econômico produtivo?

Há um custo social-econômico derivado dessas cifras, um custo até agora bancado pela sociedade e Estado, e não pelas empresas responsáveis pelo consumo de seus produtos.

São as chamadas “externalizações negativas”: quando a produção e consumo de certo bem, impõem um custo externo à terceiras partes.

Essa terceira parte seria o consumidor, cujo consumo de cigarro e álcool gera um custo externo derivando daí um custo social.

Além das mortes e sofrimentos causados pelas indústrias da morte, há também o consumo de recursos naturais na fabricação do seu produto, os chamados custos externos da produção ou destruição do meio ambiente.

Mas quando a ética das indústrias da morte é o lucro, sem nenhuma preocupação pela vida humana e muito menos pelo meio ambiente, como se administrará essa questão mais adiante?

Mas sejamos justos, as indústrias da morte não obrigam ninguém a consumir, a sociedade como um todo, com a publicidade e a mídia, iludem e enganam o consumidor, levando a um consumo antes mesmo da adolescência no seu circulo social.

Como podemos construir uma sociedade com qualidade de vida, e respeito pela vida, se existe essa contradição do espírito humano com as indústrias da morte?

Estas indústrias, em algum momento, e contra a sua vontade, serão obrigadas, a incluir esse custo no produto, ou serão responsáveis por bancar o custo social gerado pelas externalidades negativas do consumo de seu produto.

Ou então, deixemos de ser idealistas e ingênuos, e encaremos a vida como ela é, tenhamos uma sociedade sustentável tecnologicamente, logisticamente perfeita e eticamente imperfeita com todos os seus defeitos humanos; afinal uma futura sociedade sustentável nunca será um lugar perfeito como a sociedade representada no filme Nosso Lar


Do site: http://www.designsimples.com.br/etica-sustentavel-ou-sustentabilidade-etica/#ixzz1KD6KO9z4

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